Este Blog é uma ferramenta, entre as tantas existentes nas novas e tradicionais tecnologias, para auxiliar aos profissionais da educação no desenvolvimento de um trabalho norteador e indicador de práticas efetivas que venham a contribuir para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem em nossas escolas. Ítalo Alves Campêlo
domingo, 20 de dezembro de 2009
CONCLUSÃO DA 6ª ETAPA DO RN CAMINHANDO
No dia 09 de dezembro de 2009, Triunfo Potiguar, RN mostrou que é possível sim, obter-se sucesso nesses programas. E o mais importante é ver a felicidade dos alunos concluintes, vitoriosos!Vitoriosos por enfrentarem tantas dificuldades em seus cotidianos, e ainda buscar aprimorar seus conhecimentos, buscando o RN CAMINHANDO, como porta para uma nova etapa na vida deles.
Foram mais de quarenta alunos alfabetizados, que no próximo ano de 2010 estarão matriculando em escolas regulares para obterem certificações. Essa conquista foi comemorada com uma festa de colação de grau, que contou com a brilhante presença dos alunos das turmas de Zona rural e urbana juntos em uma linda festa. Estiveram presentes várias autoridades municipais e reginal como o Vice-Prefeito o Sr. Agenor, A Secretária Municipal de Educação, a Srª Ana Maria de Almeida, a Secretária de Ação Social, a Srª Railma Estevam, a Coordenadora do Clube do Idoso a Sr Neta Gós, a Diretora da 11ª DIRED da cidade do assu, a Srª Norma Rocha e a Técnica da DIRED a Srª Hélia, o Diretor Walter Mello e O Srº Ýkaro Campêlo, grande contribuidor para a festa. E a força maior: Os Alfabetizadores. Lízia Poliana, Janeyze, Maria José, Waldessâmara, Francimária,David Evaristo, Marcos, Welington e Ana Maria.
Missão Cumprida!!Felicidades a todos!!!!!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
GESTAR II – “ Trabalhado o TP 6 ”
Dando continuidade aos estudos do GESTAR II realizamos mais um encontro de oito horas, para o estudo do TP 6 e avaliação do programa, do professor formados e dos professores cursistas. O encontro foi dividido em três partes. A primeira com duração de seis horas foi dedicada aos estudos do TP. A segunda parte com duração de duas horas foi destinado à avaliação.
Os estudos foram muito proveitosos e fomentador para a nossa prática. Seguindo as orientações do material, os estudos partiram ainda dos gêneros textuais na argumentação, produção textual, as fases de planejamento, escrita, revisão, edição e literatura para adolescentes. Procuramos, sempre manter uma unidade nos estudos. São assuntos diferentes mas, todos relacionados um ao outro. Tornando-os assim indissociáveis.
Foi discutido entre os cursistas presentes, as dificuldades encontradas pelos professores nas aulas de produção textual. Os alunos sentem muitas dificuldades em produzir textos, partindo de seus argumentos lógicos para a estruturação dos textos. Buscamos nos TPs e AAAs, subsídios para a melhoria da nossa prática. As discussões, foram todas direcionadas para o ensino e aprendizagem dos alunos.
Nas discussões vimos também a carência de estudos em sala de aula em relação a literatura para adolescentes. Pudemos constatar que há uma carência muito grande de incentivo a esse tipo de literatura. O que seria muito proveitoso para o melhoramento da aprendizagem dos alunos no âmbito da leitura e escrita.
No segundo momento fizemos uma avaliação dos estudos ocorridos até hoje. Discutimos as contribuições do GESTAR II para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Cada um fez sua auto-avaliação e também avaliaram o professor formador e o programa em geral. De acordo com a nossa avaliação, vimos as dificuldades de realização dos encontros, devido inúmeros contratempos que encontramos. Foi dado ao programa, ao formador e aos cursistas os devidos valores pelo esforço e desempenho de cada uma das partes nas realizações dos encontros até agora. E convictos de que daremos continuidade aos nossos estudos no ano que se inicia.
MEMORIAL DE LEITURA
Cada estória lida para mim, um desejo de poder buscar mais. Isso, motivou-me a muito cedo aprender a ler. Nos gibis, aquelas imagens, pareciam vivas. O desejo de aprender a ler, crescia cada vez mais até que começei a fazer minhas viagens só. Conquistei meu próprio passaporte para o mundop da leitura.
Foram muitos os livros lidos, em minha infância. Uma coleção que ganhei de minha madrinha de Batismo, Rita Carlos Gondim, guardo até hoje. Orgulhava-me da minha coleção de gibis, que ganhei do meu irmão mais velho. E, através dele lí meu primeiro livro dado por ele : O coelho Plim Plim.Em seguida vieram outros mais.
Cada livro novos conhecimentos, novas aventuras. Mas de todos um dos que me encanta até hoje é "Vidas secas" de Gracilianos Ramos. Pois ele, retrata fielmente a realidade em que vivemos aqui no interior do nordeste.
A leitura sempre foi muito presente em minha vida e é a ela que devo grande parte do meu conhecimento sistematizado e de mundo.
domingo, 13 de dezembro de 2009
MEMORIAL BIOGRÁFICO
Minha mãe, Maria Valdete, casou-se aos 19 anos de idade com José Alves, um pouco mais velho que ela. Ela, professora da rede estadual de ensino e ele comerciante. Tiveram 3 filhos: Ýkaro, meu irmão mais velho, e um referencial para mim, Eu e Iáscaro, o mais novo.
Nasci no dia 10 de fevereiro de 1980, uma terça feira de carnaval.Tive uma infância saudável. Muito astuto e curioso, comecei a frequentar a escola antes da idade certa. Talvez, influenciado pela profissão de minha mãe. Cursei meu Ensino Fundamental I e II, antigo primário e ginásio respectivamente,na Escola Municipal Padre Amaro e Estadual Silvestre veras Barbosa, onde concluí o Magistério no ano de 1997.Em 1998 fui cursar Técnico Contábil na cidade do Assu na Escola Estadual Juscelino Kubitschek. Fiz aproveitamento de disciplinas e concluí o curso no ano seguinte.
Prestei vestibular para o Campos do Assu, para o Curso de Letras e fui aprovado no processo seletivo de 2000.2001.A graduação trouxe-me uma nova visão de mundo. Neste mesmo ano começei a lecionar em turmas do Ensino infantil no Jardim Escola Gente Inocente. Em 2004 prestei concurso para a Prefeitura de Triunfo Potiguar no qual fui aprovado e em 2005 no concurso estadual para lá mesmo.
Hoje,especializando-me em Proeja peloIFRN e depois da experiêncioa de Secretário Municipal, atuo como técnico da Secretaria Municipal de Educação e Professor de Língua Portuguesa da Escola Estadual Desembargador Felipe Guerra onde fui eleito Diretor para o Bioênio de 2010/2011.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
TP 5 - Estilística, coesão e coerência
Sabendo dos múltiplos recursos estilísticos disponíveis pela Língua portuguesa, nos níveis léxico, fonético, sintático e discursivo aos falantes da nossa língua como meio de expressar seus sentimentos, emoções e também seus julgamentos nas diversas situações comunicativas, fizemos mais um encontro do GESTAR II com duração de oito horas para estudos desses recursos e fenômenos da nossa língua.
O encontro contou com um pequeno número de professores o que não dificultou os trabalhos. Pois os que estavam presentes mostraram-se preocupados e comprometidos com o papel que exercem.
Para iniciarmos fizemos uma reflexão sobre o texto “Eco da vida” que mostra de forma bem dinâmica as relações do que acontece em nossas vidas e em nossa prática pedagógica. Mostra que devemos sempre procurar trabalhar espalhando coisas boas, pois na vida semeamos tudo aquilo que plantamos. Em seguida partimos para os estudos do TP 5 que traz um excelente estudo sobre Estilo, coerência e Coesão.
Pudemos perceber que a estilista está ligada diretamente com a Linguística, chegando até a ser confundida por algumas pessoas. Os estudos da Estilística se desenvolveram a partir do século XX e tem como seu objeto de estudo o Estilo. A Estilística é na verdade a expressão de uma experiência individuais carregada da emoção ou afetividade do falante dependendo de suas intenções. Essa linguagem se cria com os elementos da língua estudados pela gramática e pode considerar como resultado de uma experiência individual ou coletiva. Estilos ou épocas.
Para finalizar esse primeiro momento do encontro fizemos uma reflexão sobre o texto “Cada um é cada um” que está no TP na página
No segundo momento do encontro fizemos estudos a respeito da coerência e coesão textual. Para iniciarmos fizemos um exercício de ordenação lógica de um texto. Daí, foram surgindo as contribuições de cada um com seus conhecimentos prévios a respeito do que é um texto coeso e coerente. Ao final das discussões construímos um conceito comum do que é realmente coerência: “a possibilidade de atribuir uma continuidade de sentidos ao texto, na sua relação com o mundo e com as experiências prévias dos interlocutores". E, para isso é necessário haver coesão ,o uso correto de termos (termos coesivos) , para dar unidade e significação ao texto.
O encontro foi finalizado com um clima de conforto, todos empolgados com a fomentação dos conhecimentos a partir das novas informações adquiridas no decorrer de todo encontro. E ainda ficamos, todos, estimulados para os próximos encontros do GESTAR II.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Encontro da 2ª etapa do GESTAR II
terça-feira, 15 de setembro de 2009
VIII encontro do GESTAR II
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Professor-letrador
O encontro foi muito proveitoso, o objetivo era incentivar o educador a fazer o uso do conhecimento nato de mundo que o educando possui a sua relação com a língua escrita, assim ele poderá alfabetizar letrando.
Ao final do encontro chegamos a conclusão de que havendo uma relação entre as práticas de letramento e as práticas de cultura local, essa relação pode ser também matéria-prima para a compreensão e interpretação de texto e para a produção escrita.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Gestar II - Encerrando o TP 3
O encontro ocorreu no dia 20 de agosto nas dependências da Escola Municipal Professor Manoel Silvestre Freire, a partir das 14:00. Começamos com a apresentação dos relatos de experiências vividas nas salas de aula com os alunos. As experiências relatadas pelos professores, mostraram as diversas oportunidades de trabalhar gêneros e tipos textuais em diferentes contextos e de diversas maneiras.
São diversas as formas de trabalhar os gêneros na prática. Cada professor usou sua metodologia para aplicar os avançando na prática. Pelos relatos, observa-se êxito nas experiências. Estávamos todos tão envolvidos com os relatos que resolvemos aplicar algumas no grupo. Foi muito proveitoso. Uma das atividades aplicadas foi a análise da música: “Fanatismo” do cantor Raimundo Fagner. Todos cantaram e refletiram na letra da música.
Outros relataram suas experiências com o cordel, descrição de tipos e outras atividades. Nessa integração de atividades com diferentes propósitos, os professores levam os alunos muito além das características de cada gênero integrando-os na multiplicidade de propostas referentes a gêneros e tipos textuais.
Por fim, chegamos a conclusão de que quando os gêneros são ensinados como instrumentos para compreensão da língua, não importa quantos ou quais são trabalhados, desde que o objetivo seja usá-lo como jeito de formar alunos que aprendam a ler, escrever e compreender de verdade o universo textual que os cercam.
sábado, 8 de agosto de 2009
TIPOLOGIA TEXTUAL - GESTAR II
O encontro teve 100% (cem por cento) da presença dos inscritos. Iniciamos com a dinâmica da "Bala do crescimento". A qual descontraiu e ajudou na introdução dos estudos. Todos participaram efetivamente. Foi um bom momento de reflexão para nós. A partir dessa dinâmica retornamos aos estudos do grupo a respeito de Gêneros textuais e sua tipologia.
Ao reiniciarmos o encontro, percebeu-se a diversidade de informações coletadas pelos professores nas salas de aula com os alunos. Com as atividades do Avançando na prática, os professores puderam mobilizar e despertar os alunos para as diversas e novas formas discursivas dos textos. Discutimos a importância de conhecermos os aspectos contidos em qualquer situação particular em uso.
Daí a importância da análise da maneira de como as próprias palavras e estruturas sintáticas se organizam para dar forma dos gêneros textuais. Isso é necessário para percebemos a estreita relação que há entre cada um dos gêneros em vários aspectos. Surgindo assim os Tipos textuais.
Nessa perspectiva, pudemos discutir os tipos de textos mais freqüentes no cotidiano de nossos alunos. Fizemos muitas reflexões sobre esse tema para tentarmos levar para a sala de aula novas práticas que vise conciliar os conhecimentos prévios que os alunos já possuem com o conhecimento sistematizado oferecido pela escola.
É importante fazer o aluno perceber a inter-relação entre os gêneros e tipos textuais presentes no cotidiano, para que possam identifica-los de acordo com as diversas situações sociocomunicativas.
O término do encontro deu-se com a discussão a respeito do Filme: “O LEITOR”. O qual traz uma abordagem muito boa da importância da leitura e escrita como também mostra vários gêneros e suas classificações quanto a tipologia textual.
Com essas reflexões, todos partimos para as salas de aulas com novas perspectivas de ensino e aprendizagem, baseadas nas atividades propostas pelo TP3.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
"Trabalhando" com Gêneros Textuais
O encontro foi dividido em dois momentos. O primeiro foi dedicado ao estudo do Guia Geral do programa. Este Guia tem como principal objetivo identificar os fundamentos do programa e a sua articulação como política de formação continuada em serviço. O conteúdo do Guia Geral foi analisado e discutido por todos. Cada um expondo sua opinião a respeito da proposta de estudo do Programa. O segundo momento foi dedicado ao início do estudo do TP 3 que traz como tema motivador o Trabalho. O TP ( caderno de teoria e prática) trata o tema motivador de uma maneira que nos leva a refletir sobre o uso da linguagem numa perspectiva de um dos nossos mais relevantes trabalhos. Pela linguagem agimos no mundo e nos identificamos como seres humanos, já que é o domínio da linguagem que nos diferencia dos demais habitantes animais do planeta.
Foram muitos os textos, das unidades 9 e 10, utilizados e que tratavam do trabalho como tema principal. A partir da leitura desses textos, fez-se uma reflexão sobre os modos em que esses textos, orais ou escritos, se apresentam; ou seja, sobre suas características em relação ao contexto em que são usados. Ao conjunto dessas características de uso chamamos gênero textual. Ressaltando que todos os textos traziam como tema o trabalho, isso fez com que surgisse uma proveitosa discussão entre os cursistas.
O encontro iniciou-se com um convite para uma viagem. Nesta viagem os professores cursistas teriam que preparar duas malas para viajar. Em uma, a bagagem que cada um tem pra levar. Na outra, tudo aquilo que buscam, pretendem trazer desta viagem. O destino da viagem seria o GESTAR II, a dinâmica procura promover uma reflexão sobre a prática pedagógica de cada professor.
Cada um deles expôs no mural um pouco de suas práticas e falou de suas expectativas em relação ao Programa. A dinâmica descontraiu e introduziu todos no tema a ser estudado.
A participação dos professores cursistas foi de extrema importância. Todos deram suas contribuições e partilharam experiências enriquecendo o encontro. O ambiente descontraído contribuiu para o sucesso dos estudos. Todo material foi estudado e discutido atenciosamente por todos para que venha a ser realmente útil nas salas de aula fortalecendo o processo de ensino e aprendizagem em nossas escolas.
Todos saíram certos do compromisso que têm com seus alunos e com o programa. Levando para suas salas sugestões de atividades a serem aplicadas com os alunos, e trazidos os resultados para socialização com o grande grupo em um próximo encontro.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Festival de Cultura no Arraiá da Escola Desembargador Felipe Guerra
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Festas Juninas nas turmas do Lendo e Aprendendo
terça-feira, 7 de julho de 2009
ABERTURA DO GESTAR
A solenidade de abertura do GESTAR II, deu-se nas dependências do Centro Comunitário, onde fez-se presentes representantes dos mais diversos seguimentos da sociedade que estão envolvidos com a educação do Município. A colaboração e participação de todos foi fundamental para a realização do evento.
A continuação da solenidade foi mediada pelos professores formadores de língua portuguesa, Ítalo Campêlo, e o de matemática , Antonio Carlos Peixoto. Os diretores de escolas, supervisores e coordenadores pedagógicos, também deram suas contribuições. O professor formador de língua Portuguesa do município de Paraú, Ykaro Alves Campêlo, a secretária de Ação Social, Railma Estevam e a coordenadora da creche, Michele Pinheiro, participaram e deram boas contribuições para a realização do evento.
O encontro foi finalizado com a distribuição de kits, camisetas e um delicioso lanche coordenado por Nonato Bezerra e sua equipe de apoio.
Todos saíram convictos de que o GESTAR II é mais uma ferramenta à disposição dos professores de Língua Portuguesa e Matemática das série finais do Ensino Fundamental do nosso Município.
Nonato Bezerra, Maria Helena e Vanda. Foram fundamentais para a realização do encontro.
Professores cursistas de Língua Portuguesa e Matemática atentos à apresentação do GESTAR.
Eu e a Secretária Municipal de Educação a Srª. Ana Maria de Almeida
Todos comprometidos com o GESTAR II, representantes de vários seguimentos sociais envolvidos com nossa educação. A diretora Delmira, Eu, a secretária Ana Maria, o professor formador de lpingua portuguesa da cidade de Paraú, a coordenadora da Creche a Srª. Michele Pinheiro e a secretária de ação social a Srª. Railma Estevam.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
LIVRO DIDÁTICO: do ritual de passagem à ultrapassagem
Ezequiel Theodoro da Silva*
À fina força dos costumes
Antes de adotar um livro didático,
pergunte criticamente
se não vais ser um professor apático!
Costumo dizer que, para uma boa parcela dos professores brasileiros, o livro didático se apresenta como uma insubstituível muleta. Na sua falta ou ausência, não se caminha cognitivamente na medida em que não há substância para ensinar. Coxos por formação e/ou mutilados pelo ingrato dia-a-dia do magistério, resta a esses professores engolir e reproduzir a idéia de que sem a adoção do livro didático não há como orientar a aprendizagem. Muletadas e muleteiros se misturam no processo...
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Costumo lembrar que o livro didático é uma tradição tão forte dentro da educação brasileira que o seu acolhimento independe da vontade e da decisão dos professores. Sustentam essa tradição o olhar saudosista dos pais, a organização escolar como um todo, o marketing das editoras e o próprio imaginário que orienta as decisões pedagógicas do educador. Não é à toa que a imagem estilizada do professor apresenta-o com um livro nas mãos, dando a entender que o ensino, o livro e o conhecimento são elementos inseparáveis, indicotomizáveis. E aprender, dentro das fronteiras do contexto escolar, significa atender às liturgias dos livros, dentre as quais se destaca aquela do livro “didático”: comprar na livraria no início de cada ano letivo, usar ao ritmo do professor, fazer as lições, chegar à metade ou aos três quartos dos conteúdos ali inscritos e dizer amém, pois é assim mesmo (e somente assim) que se aprende.
Costumo esclarecer que à perda crescente da dignidade do professor brasileiro contrapõe-se o lucro indiscutível e estrondoso das editoras de livros didáticos. Essa história começa a ser assim no início da década de 70: a ideologia tecnicista sedimentou a crença de que os “bons” didáticos, os módulos certinhos, os alphas e as betas, as receitas curtas e bem ilustradas, os manuais à Disney etc... seriam capazes – por si só – de assumir a responsabilidade docente que os professores passavam a cumprir cada vez menos. Quer dizer: à expropriação das condições de trabalho no âmbito do magistério correspondeu um aumento gigantesco nas esferas da produção, da venda ou distribuição e do consumo de livros e manuais didáticos pelo País.
Costumo ainda mostrar que esse apego cego ou inocente a livros didáticos pode significar uma perda crescente de autonomia por parte dos professores. A intermediação desses livros, na forma de costume, dependência e/ou “vício”, caracteriza-se como um fator mais importante do que o próprio diálogo pedagógico, que é ou deveria ser a base da existência da escola. Resulta desse lamentável fenômeno uma inversão ou confusão de papéis nos processos de ensino-aprendizagem, isto é, ao invés de interagir com o professor, tendo como horizonte a (re)produção do conhecimento, os alunos, por imposição de circunstâncias, processam redundantemente as lições inscritas no livro didático adotado. Dentro desse circuito, onde esse tipo de livro prepondera mais que o professor e reina absoluto, o ensino vira sinônimo de “seleção/adoção” dos disponíveis no mercado; a aprendizagem, de consumo semestral ou anual do livro indicado, sem direito à reclamação no Procon...
NO COMEÇO, A LEITURA
Regina Zilberman*
Um dos primeiros livros didáticos a circular no Brasil deve ter sido o Tesouro dos meninos, obra traduzida do francês por Mateus José da Rocha (Silva, 1808-1821)1 . Na mesma linha, a Impressão Régia publicou Leitura para meninos, “coleção de histórias morais relativas aos defeitos ordinários às idades tenras e um diálogo sobre a geografia, cronologia, história de Portugal e história natural”(Cabral, 1881). A primeira edição data de 1818, sendo organizador do livro José Saturnino da Costa Pereira.
Alfredo do Vale Cabral registra reedições de Leitura para meninos em 18212 , 1822 e 1824, fato raro, pois a Impressão Régia dificilmente reimprimia obras de seu catálogo. A novidade talvez se deva à circunstância de que Leitura para meninos encontrou seu público entre as crianças que aprendiam a ler, assimilavam padrões morais e estudavam os conteúdos de disciplinas curriculares, como geografia, cronologia, história de Portugal e história natural.
*
1 Em 1836, o livro foi reeditado pela Tipografia Pillet Ainé. Composto originalmente por Pedro Blanchard, chamou-se nesse ano Tesouro dos meninos: obra clássica dividida em três partes: moral, virtude, civilidade, “vertida em português e oferecida à mocidade estudiosa, por Mateus José da Rocha” (RAMOS, 1972).
2 A edição de 1821 apresenta ligeira diferença no título: denomina-se Leituras para os meninos, “contendo um silabário completo, uma coleção de agradáveis historietas próprias à primeira idade e um diálogo sobre a geografia, cronologia, história de Portugual e história natural ao alcance dos neninos”.