Resolvi fechar as portas do meu coração.
Durante algum tempo elas permaneceram abertas esperando
que a pessoa certa passasse por ela. Porém, muitas foram as que por ela
adentraram.
Umas recuaram logo; outras, tive que expulsar; ainda teve
as que entraram sem permissão, escondidas. Encontrei algumas que entraram por
meio de mentiras, falsidades..... e as que eu nem lembrava mais que estavam ali
num cantinho. Certo, que para muitas dei permissão.
Mas, antes de fechá-las tomei algumas providências
necessárias:
Retirei gentilmente todas as pessoas que só ocupavam espaço
que já estava vazio há muito tempo. Convidei a sair algumas que deixaram algum
carinho, afeto, consideração. Estas, eu deixei o convite para voltar quando
precisarem. Também tive o cuidado de agradecer e guardar as lembranças boas e
ruins, claro, em lugares separados, de todos que por ela passaram. Afinal, tudo
foi pertinente!
Ao fechá-las, permiti que algumas ficassem, afinal...... ainda
existe pessoas boas no mundo.
Tomei essa decisão após procurar as chaves para eu mesmo
trancá-las. Foi aí que percebi que alguém já estava com ela. E que fui eu mesmo
que a dei. Alguém paciente, compreensivo e magoado. Magoado por eu ter demorado
tanto tempo para perceber isso. Mas, felizmente percebi antes que esse alguém
cansasse de tanto, apenas, segurar essa chave.
Esse alguém sou EU. Somente eu tenho o poder de tomar
toda e qualquer decisão em minha vida. De abrir ou fechar as portas do meu
coração na hora e para quem eu quiser. Porém, uma coisa descobri. Não existe
uma pessoa certa em nossa vida... todas a são. Cada uma que entra ou sai pela
porta do nosso coração nós trás uma contribuição, por meio de algo bom ou ruim.
Mas, mesmo sendo bom ou ruim esse algo surge para que tenhamos algum
aprendizado com ele. Portanto, devemos ficar atentos para nossas decisões....
para não culparmos, das nossas infelicidades e mágoas, alguém que passa pela porta do nosso coração com a nossa
permissão. E termos a sensibilidade de aprendermos com sua passagem pela porta
que nós mesmo somos detentores da chave.
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